
Acabámos de publicar um artigo que é a síntese da última década de observações de temperaturas do permafrost em todo o planeta, baseado nos registos da Global Terrestrial Network for Permafrost. O artigo pode ser lido aqui: https://www.nature.com/articles/s41467-018-08240-4
Resumo
O aquecimento do permafrost tem o potencial de amplificar os efeitos das mudanças climáticas, pois quando o sedimentos congelados fundem, expõem o carbono orgânico do solo integrando-o na dinâmica climática global. Contudo, até á data, nenhuma avaliação consistente à escala global sobre as temperaturas do permafrost foi compilada. Neste artigo, usamos a base de dados da Global Terrestrial Network for Permafrost para avaliar a evolução das temperaturas das regiões com permafrost desde o Ano Polar Internacional (2007-2009). Durante a década estudada, de 2007 a 2016, as temperaturas próximo da profundidade de amplitude anual zero na zona de permafrost contínuo, aumentaram 0.39 ± 0.15 °C. No mesmo período a zona de permafrost descontínuo aqueceu 0.20 ± 0.10 °C. O permafrost nas montanhas aqueceu
0.19 ± 0.05 °C e o permafrost antártico, aqueceu 0.37 ± 0.10 °C. Globalmente, o aquecimento do permafrost
0.29 ± 0.12 °C. As tendências registadas acompanham o efeito da amplificação ártica das temperaturas do ar do Hemisfério Norte. Mas zona de permafrost descontínuo, contudo, o aquecimento do solo, ocorreu devido a um aumento da espessura de neve, enquanto a temperatura permaneceu estatisticamente estável.