Aproveitámos o congresso da ArcticNet que decorreu em Ottawa de 10 a 15 de dezembro de 2018 para mais um conjunto de reuniões do programa T-Mosaic. Este programa, cujo secretariado está localizado na Universidade de Lisboa, visa coordenar esforços para que no ano 2020 se implemente um conjunto de novos projetos observacionais, para o estudo da dinâmica do Ártico.
O Ártico está a conhecer mudanças ambientais aceleradas, e muito mais rápidas do que o resto do planeta, um processo designado como “amplificação do Ártico”. Isso deve-se aos efeitos associados principalmente à criosfera e à sua degradação, como é o caso da fusão do gelo marinho, da redução do número de dias de neve no solo, da diminuição do albedo dos glaciares, bem como da degradação do permafrost. Estes elementos da criosfera são responsáveis por uma importante redução da radiação solar refletida pela superficie terrestre, resultando num aumento da temperatura muito maior na região boreal do que nas latitudes médias.
O programa T-MOSAIC (www.t-mosaic.com) pretende melhorar o conhecimento da reação do Ártico às alterações ambientais, aumentando o número de observações, mas também ligando-as a programas de modelação, entre os quais, o programa MOSAIC, centrado numa intensiva campanha de observações a realizar no centro do Oceano Ártico, também em 2020.
Em Ottawa, reunimos a comissão de Coordenação do T- MOSAIC, organizámos um Workshop aberto a todos os interessados, e tivemos ainda várias reuniões de trabalho, que deram inicio ao plano de implementação que deverá estar concluido na próxima Arctic Science Summit Week, a realizar um Arkhangelsk, na Rússia, em maio do próximo ano.
O progresso reeditado na Arctic Net foi importante, em particular com a apresentação da estratégia cientifica e com os vários contactos bilaterais realizados, que consolidaram o modo como os diferentes parceiros colaborarão no programa. Um exemplo disso, foi a consolidação das observações sobre paleoambientes e também dos projetos que ligam a ciência, às necessidades das populações índigenas e locais.

Equipa portuguesa que participou no ArcticNet: Pedro Freitas, Martin Jusek, João Canário, Diogo Ferreira e Gonçalo Vieira.